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UTAX - CRÓNICA DE UMA PROVA NÃO ACABADA (Continuação)

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"Mas o homem não foi feito para a derrota.  Um homem pode ser destruído, mas não derrotado."  Ernest Hemingway, in O Velho e o Mar . Abastecimento 4 - Foto de Paula Fonseca Depois do chá quente e da alma renovada, amandei-me para o que faltava da prova na certeza que ainda ia demorar mais umas 8-9 horas. De qualquer maneira ia tranquilo porque estava mais de 3h à frente do fecho da prova e continuei sem nunca forçar o andamento. Em toda a prova só "forcei" um pouco numa descida técnica, antes do 2º abastecimento, porque era um single track e não queria prejudicar os companheiros que vinham atrás, numa altura em que ainda ia tudo muito compacto.  No caminho deparei-me com o Carlos Fonseca que ia com algumas náuseas, alguma coisa que comeu e não lhe "caiu" bem. Colei-me. O Carlos bem tentou livrar-se de mim, dizendo para continuar, mas eu não o fiz. Primeiro porque não iria adiantar-me muito (não tinha disponibilidades físicas para muito mais),

UTAX - CRÓNICA DE UMA PROVA NÃO ACABADA

A verdade é que não me apercebi para o que ia. Comecei de noite a correr, passei o dia cinzento a correr e acabei de correr já noite. Correr que é como quem diz... A coisa correu mal logo na viagem para a Lousã. Perdi-me, ou melhor, não encontrei o caminho certo e fui dar uma volta muito maior. Com mais de duas horas de atraso em relação ao que eu tinha previsto, lá cheguei à pousada da Juventude da Lousã para levantar o meu dorsal e mostrar o equipamento obrigatório. Depois fui procurar algum sítio para comer, os restaurantes já estavam fechado, mas lá consegui encostar-me ao balcão de um café e comer uma tosta de atum, pedi outra de ovo para ser o pequeno almoço. Aquela hora já não fui para o solo duro e optei por descansar, as poucas horas que faltavam, no carro. Seis horas da manhã e lá parti na cauda do pelotão para enfrentar os 82Km do UTAX. Frontais ligados e enfrentar o frio e a chuva que não nos largou o dia todo e o sol só assomou por breves instantes. Quando o dia com

VOLTAR A 10 DE NOVEMBRO

Vamos lá ver, ainda estou indeciso porque prova optar (acho que não, mas ainda não me inscrevi...), ainda não sei a que horas do dia ou da noite vou poder treinar (nem que seja à uma da tarde...), mas tenho que decidir isto: dia 10 de Novembro volto a fazer uma prova de corrida: Está decidido!

(3) ULTRA-TRAIL DA SERRA DE SÃO MAMEDE

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Do PAC9 informam que se tinham enganado e o dorsal X já tinha passado. Pelas minhas contas, mais 10-15 minutos e o Joaquim está ai. Boa. Vou até à meta que está mais um atleta a chegar com algumas dificuldades. Entretanto a Ana também chegou e digo-lhe como estão a correr as coisas: «O Joaquim deve estar a chegar.»  Vamos até à barraquinha dos cafés para beber mais um. Daqui vejo ao fundo mais um corredor a chegar. Reconheço. «Força Joaquim, conseguiste!» O corpo pende um pouco para o lado esquerdo. Não paro de o incentivar. Estou eu próprio contente e orgulhoso de conhecer este homem, paraquedista, que já ultrapassou os 60 anos de idade e pela primeira vez está neste desafio de correr os 100 Kms e logo nesta corrida de montanha dura que se farta. E vai conseguir. Fui com ele, corri novamente os últimos 400 metros, não era suposto mas a emoção fez-me agir assim. Ia ao lado do Joaquim a fazer a festa, deitando os foguetes e apanhando as canas. O Joaquim ainda não estava conscient

(2) ULTRA-TRAIL DA SERRA DE SÃO MAMEDE

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Isto de correr 100 Km numa montanha, não é coisa que comece no "tiro" de partida, começa sempre muito tempo antes com o desejo da corrida e de nos pôr-nos à prova numa corrida de ultra-resistência, pelo meio tem as corridas designadas por treino onde vamos aumentando a nossa resistência física e acima de tudo mental. Penso que esta é a minha maior força: a resistência mental. Apesar do nervosismo que aparece quando estou a apertar as sapatilhas com nós duplos, a espalhar vaselina nas partes mais intimas para as queimaduras de fricção não aparecerem (pelo menos a maior parte delas), tenho a confiança que se nada de anormal acontecer, uma queda ou uma lesão, vou chegar ao final vitorioso.  Antes das 2h da manhã daquele sábado 19, o nervosismo aliado ao facto de normalmente não dormir antes dessa hora, não me tinha deixado "pregar olho" e às 2h30 já estava levantado ao som da chuva que caía lá fora. Preparei-me e lá fui para o estádio ter com aqueles tipos todos que e

(1) ULTRA-TRAIL DA SERRA DE SÃO MAMEDE

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«Só faltam 3 quilómetros e esta é a última subida, depois é sempre a descer até à meta!» E lá me "amandei" com gosto para a última subida, não gostei foi de ter virado costas para a cidade de Portalegre, pelo meu sentido de orientação estava a afastar-me e não a aproximar-me da meta. Passo económico e chego ao cimo da rampa, onde um tipo andava a treinar motocross, corro um pouco a direito e nova rampa, desta feita não muito longa, nem sei se poderia ser considerada rampa ou subida em comparação ao que já tinha passado, e eis que começo a descer... «Espera aí, o que é aquilo?» nova subida, dura,  então aquela não era a última? Parece que não, bem, o que tem de ser tem muita força e «vamos lá, catano!», "amandei-me" para a nova subida com garras. Nesta altura já ia a aguentar-me como podia, as reservas há muito que tinham sido gastas, as forças não passavam de uma recordação boa que tinha, agora era na raça que continuava a deslocar-me: "a direcção é mais impor

UTSM - MAIS DE 100KM DE DUREZA

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"Não me interessa vir a ser o homem mais rico no cemitério... Ir à noite para a cama dizendo a mim próprio que fiz algo de maravilhoso... é isso que me interessa."  Steve Jobs Esta corrida foi um exagero: adorei! Chegar ao fim nunca foi uma dúvida, bastava para isso não me lesionar. Foi duro, mas foram mais de 100Km fantásticos, foi algo de maravilhoso. As dores já estão a desaparecer, as feridas já têm crosta e estão a curar-se e hei-de aqui voltar a contar como foram aquelas quase 16 horas. No PAC9 - Convento da Provença, a ganhar força para os últimos 12 quilómetros. E que duros foram, tanto a nível físico como a nível mental, e não havia necessidade... Boa recuperação e parabéns a todos.

UTSM - PREVISÃO

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"A arte da previsão consiste em antecipar o que acontecerá e depois explicar o porque não aconteceu." Winston Churchill O dia promete apresentar-se bom para a prática de corrida: vento fraco, com o céu pouco nublado e há a previsão de aguaceiros para a tarde, a temperatura máxima não deve ultrapassar os 18ºC. O nascer do sol será às 6h15m (quando já tiver umas 2h15m de corrida) e o pôr-do-sol será às 20h40m (espero já ter tomado banho nesta altura). Quando partirmos a Lua ainda estará na sua fase decrescente e espero chegar à meta antes da Lua Nova. A mochila, o equipamento, o material obrigatório e mais algum, já estão preparados (falta agora montar tudo); mais um saquinho de reserva para colocar no PAC 6, ainda não sei muito bem com o quê, mas talvez uma toalha, sabão e um equipamento de reserva. O objectivo mesmo é aguentar o que tiver de aguentar para chegar ao fim. Agora as borboletas na barriga já esperam pelas 4h de dia 19 e esta é a previsão do que se v

100 KM DE S. MAMEDE - PONTO DA SITUAÇÃO

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A coisa vai doer um pouco mais, mas os objectivos mantêm-se: chegar ao fim. E vai doer mais um pouco porque já "faltei" a alguns treinos, dois dos quais longos. Nada de dramático, até porque a parte mental está preparada, a parte física vai ficando aos poucos. O pior é a logística que ainda não está completamente preparada, há uns aspectos importantes na viagem que ainda não estão definidos, isto de a corrida começar às 4h da manhã não me parece muito bem, mas certamente que deve haver um motivo qualquer para ser assim. Até lá vai crescendo este nervoso miudinho, estas borboletas na barriga. Dia 19 há este electrocardiograma para fazer. Até lá, boas corridas.

100K DE S. MAMEDE

Começo a preparar-me, especificamente, para os 100 kms da Serra de S. Mamede (UTSM), para já é a parte psicológica e de logística que mais atenção dou, no que toca às corridas de preparação estou a continuar com o plano de treino que usei para os trilhos de Almourol e só adicionar mais umas corridas em montanha, que a tenho mesmo à porta de casa. Não consigo fazer nenhuma antevisão objectiva do tempo que vou demorar a correr a montanha, mas vou apontar para um tempo superior a 15h, sendo que tenho até 24h para terminar a prova. De qualquer maneira o que agora tenho para planear é a hidratação e alimentação na corrida, conseguir articular muito bem com os pontos de apoio que a organização disponibiliza. Esta é uma parte importante que não posso descuidar e é por aqui que reside metade do êxito ou do fracasso. Entretanto hoje não fui correr, estava previsto a corrida, mas optei por fazer pausa. A corrida continua a ser uma paixão e não uma obrigatoriedade, por isso, e até para mar

03 TRILHOS DO ALMOUROL

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"O que faz andar o barco não é a vela enfunada, mas o vento que não se vê." Platão A táctica para atacar estes trilhos era a seguinte: Nunca forçar o andamento e nas subidas com mais inclinação "pôr a passo". Havia também a intenção de ir sempre acompanhado para não me perder. Apesar de a prova estar marcada de forma irrepreensível, sei que me perco facilmente por causa do deslumbre. Se consigo perder-me a correr por trilhos que conheço bem e que passo por eles em vários treinos (isto não é para todos) com mais facilidade me perco em trilhos desconhecidos. A verdade é que me distraio com a paisagem, com um amontoado de pedras onde visualiso obras de arte majestosas, com um coelho que passa ao fundo (e com coelhos tenho uma história muito engraçada e curiosa para contar), com o barulho de um ribeiro a correr e um esquilo que pára para me ver passar (aplaudir-me, imagino eu), enfim, a minha atenção dispersa-se e deixo de estar concentrado no caminho para onde vou

02 TRILHOS DO ALMOUROL

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No domingo passado estive presente na partida dos Trilhos do Almourol. Era a corrida que eu tencionava fazer desde a primeira edição e que, por vários motivos, ficou sempre adiada e nunca pude estar presente. Foi nesta 3ª edição que tive o prazer de ouvir o "tiro" de partida. Foto de João Catalão Parti com a confiança de estar preparado para chegar ao fim, mas sabe-se que nunca é certo. Procurei sempre apreciar a corrida e consegui plenamente: Adorei. Parti da Aldeia do Mato para dar o meu melhor nesta que foi a minha primeira prova em trilhos, apesar de ter corrido, desde sempre, por trilhos montanhosos e "caminhos de cabras", que eu me recorde, nunca fiz uma prova deste género. Fui um estreante, não tenho falta de experiência em correr neste tipo de terreno, mas tenho, nitidamente, falta de experiência em participar nestas corridas organizadas, de qualquer maneira tenho uma boa recordação para contar. O objectivo deste corrida ia ser, claro, chegar ao fim

01 TRILHOS DO ALMOUROL

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Depois destes meses todos sem escrever aqui nada...  No próximo dia 1 espero estar na partida para os Trilhos do Almourol, prova que quero fazer desde a primeira edição e que, por vários motivos, nunca pude estar presente. Será este ano, se Deus quiser. um logotipo muito interessante A condição física que eu me vou apresentar para os anunciados 42Km é a possível. Tenho ando a correr bem, no entanto os "longões" é coisa que não tenho conseguido "meter" nas pernas: desde a Maratona do Porto que não há treinos longos dignos desse nome. De qualquer maneira acho que a minha condição física é mais que suficiente para acabar a prova a rondar as 5h, e será um bom teste pra ver se me meto numa de 100 já em maio... Até lá espero actualizar o blog com mais frequência -os meus fãs assim o exigem-. Boas corridas.