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A mostrar mensagens de junho, 2010

100Km de Biel/Bienne (4)

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O percurso continuava na sua maioria por terra com muita gravilha e pedras que me castigavam os pés e os tornozelos. Nesta altura em que escrevo (18JUN), uma semana depois da prova, a única mazela que tenho é uma pequena dor na parte de fora do tornozelo direito. Claro que no dia seguinte à corrida a dor era generalizada, mas o que mais me consumia eram as dores nos pés e tornozelos. Fiz também algumas feridas que nunca me incomodaram: uma assadura entre as virilhas, umas pequenas na barriga por causa do cinto de hidratação, e acima do joelho por causa das coxas elásticas. Tirando isso nada mais. Os pés ficaram doridos mas sem nenhuma bolha, acho que isso se deve à excelência das meias e também das sapatilhas que usei. Apesar de não me terem livrado das dores dos pés e tornozelos, considero que são muito boas, tendo em atenção a diferença de preços entre as que usei as que teriam sido mais indicadas para ali. E não é garantido que outras sapatilhas seis vezes mais caras me fizessem che

100Km de Biel/Bienne (3)

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Kirchberg. Chegamos ao km 56. Aqui a organização fazia chegar sacos de corredores que assim o desejassem. Havia muitos apoiantes que se deslocaram até aqui. Tempo para um pequeno alto. Troquei de camisola, por nenhuma razão especial. Besuntei-me de novo com vaselina nas zonas habituais, de maior fricção, e dando especial atenção à zona que acusava já uma pequena assadura. Troquei as pilhas do GPS. Vesti umas coxas elásticas, nunca tinha corrido com elas, só as usei para recuperação após as corridas mais longas e aí posso dizer que ajuda, elas estavam como que por magia na mochila, achei que era um sinal do além… porque não? Qualquer sinal de desconforto retirava-as. Nunca me foram desconfortáveis, não sei se ajudou alguma coisa, mas voltava a usar. Estava pronto para partir novamente, entretanto o meu irmão tinha adormecido ali deitado na relva. Deixo-o descansar mais um pouco, afinal ele tinha-se levantado cedo e tinha passado o dia a trabalhar, estava acordado à quase 24 horas. Sento

100Km de Biel/Bienne (2)

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E eis que numa curva, numa outra localidade (Lyss), esta sem tantos apoiantes, surge o meu irmão montado numa pasteleira. Dorsal: Coach. Seguimos juntos. Foi-me contando as peripécias que passou para arranjar a bicicleta 1h30m depois do tiro de partida e da viagem da partida até ali, porque só ali podíamos ser acompanhados por um ciclista. Primeiro objectivo alcançado. Próximo objectivo: chegar à meta da maratona. Lá fomos numa agradável conversa, pela noite dentro, ainda tentei tirar umas fotos e fazer uns vídeos mas claro que nada ficou bom, tudo muito escuro, não se via nada. Frontal a alumiar a estrada, conversa e mais conversa que era sempre boa para aliviar o peso dos quilómetros. A verdade é que eu ia cansado, com um ritmo mais baixo do que o previsto ia fazendo a comparação com as maratonas já realizadas. Sentia-me em pior forma do que em qualquer uma delas. Apesar disso em nenhuma parte desta ultra me assaltou o espírito a palavra desistir. Inexplicavelmente a minha confiança

100Km de Biel/Bienne (1)

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Desde logo, desde a partida, vi que não podia ir com o ritmo que tinha planeado, se queria chegar ao fim tinha que fazer as coisas mais calmas. Mas os primeiros quilómetros foram feitos sem me preocupar com isso. As ruas de Bienne estavam cheias de gente a apoiar os atletas (muito diferente de Portugal e eram 22h). havia festa na cidade e eu participava dela, por isso deixei-me levar palas palmas, pelos cumprimentos, pelo entusiasmo geral. Era preciso concentrar-me para não começar muito rápido; bem, concentro-me lá mais para a frente. A minha prova tinha começado 1 km antes da partida, demorei-me mais tempo a equipar que o normal, muito mais tempo, um nervoso miudinho apoderou-se de mim. Duvidas de última hora sobre as sapatilhas que levar, depois de as ter escolhido há mais de um mês. Prendo o dorsal à camisola com ela vestida ou é melhor antes de vestir? Para que entendam melhor: não sabia o que fazer ao chip de controlo. Se fosse a primeira vez que via uma coisa daquelas… há coisas

muito obrigado!

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Agradeço a todos aqueles que torceram por mim. Aos que comentarem e me incentivaram. Aos que não comentaram mas que mesmo assim torceram para que eu chegasse ao fim. E principalmente, aqueles que correram comigo. Não fiz os cem quilómetros sozinho, além do meu irmão Paulo que me acompanhou de pasteleira a maior parte da corrida, senti sempre aquele poder místico, uma coisa inexplicável. Apesar da distância houve pensamentos positivos que chegaram até mim (alguns em forma de sms). Em nenhuma parte da prova me assaltou a ideia de a não conseguir terminar. Foram 13h19m de cansaço, mas de um prazer e alegria enorme. Espero publicar aqui o relato da prova para breve.

só se me caísse um raio em cima...

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faltam 2 dias

Hoje já fui correr 1h. Depois de 9 dias parado. O dia foi passado em turismo, andar muito, pelas ruas de Neuchâtel. As pernas estão "pesadas". Mas não senti nenhuma dor "anormal". Apesar destas pequenas contrariedades estou confiante que chegarei ao fim dos 100 Km. As previsões metereológicas dão chuva para sexta. Não gosto muito, mas pelo menos refresca... Numa corrida de 100 Km muita coisa pode acontecer, eu vou continuar com o meu planeamento muito baseado na hidratação e alimentação durante o esforço e num ritmo (em plano) a apontar para as 12h de corrida. Sei que vou ter umas subidas que não são muito longas. Espero que tudo corra bem, no sábado espero ter óptimas notícias...

never stop dreaming

Estas últimas semanas deviam ser de descanso activo, mas têm sido de descanso total. Desde segunda-feira que não corro. Apareceu uma dor na parte detrás do joelho direito e às vezes sinto tipo um choque, quando estou sentado, que começa na virilha e vai até meio da perna. Paragem forçada esta que não augura nada de bom. Engraçado que tenho sempre estas lesões antes dos meus desafios. Pode ser psicológico, pode não ser. Uma coisa que sei é que vai doer. Uma coisa que nunca se sabe é o poder dos nossos sonhos. E eu não vou parar agora de sonhar. Hoje parto para Lisboa e amanhã para Genebra.

dorsal 1016

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Todas as provas têm o seu começo. A ultra-maratona para a qual estou inscrito começou no dia em que li a crónica do Luís Pires “Já lá moras! T’ás fodido!”. Apontei baterias para aí, queria fazer uma prova na Suíça, onde os meus irmão estão emigrados, esta é mesmo lá ao pé...  51ª edição dos  100 km de Bienne .  A 10 dias da prova está tudo encaminhado. O treino deste último mês esteve longe de ser bom, espero que tenha sido o suficiente. Para uma prova desta distância e para um atleta do meu gabarito, o primeiro objectivo é terminá-la. Vou correr, enquanto houver forças, para as 12h. É um tempo engraçado: meio-dia a correr. A mente está em grande forma para a ultra, só espero que as pernas não atrapalhem muito.